meu amor,
escrevo com os olhos cheios d’água,
tentando segurar o tempo que já não me pertence.
há dias que o vento sopra teu nome em meus ouvidos,
mas só o silêncio me responde.
a distância não é só medida em passos —
é o que pesa no peito quando te procuro e não encontro.
te juro, tentei ser forte, tentei esperar,
mas a distância virou um abismo
e eu cansei de gritar teu nome no escuro.
tudo em mim ainda chama por ti,
mas o eco é o que mais dói —
porque ele volta vazio.
hoje amanheci com o coração partido,
tentando juntar os cacos com lembranças tuas.
tua ausência virou meu lugar de insônia,
e teus abraços… ah, teus abraços,
agora são só memória morna no frio das madrugadas.
e eu... eu sou só um corpo tentando existir,
enquanto meu coração insiste em morrer aos poucos.
amar de longe é como abraçar um vento constante:
você sente, mas não segura.
e eu te sinto, o tempo todo.
levo comigo tudo o que fomos —
os sorrisos, os toques, os planos que não couberam no tempo.
e mesmo sem querer, deixo em ti um pedaço de mim,
algo que não sei nomear, mas que é inteiro teu.
me culpo por não conseguir ficar.
não por falta de amor —
mas porque o amor, às vezes, não nos salva.
e dói tanto admitir isso,
que parece que o ar também está me deixando.
então me despeço, com os olhos molhados
e o coração feito papel amassado.
não por falta de amor, mas por excesso de dor.
não por escolha, mas por exaustão.
não há adeus bonito quando ainda se ama.
mas mesmo assim…estou me despedindo em lágrimas.
sempre teu, mesmo que de longe.
16 jun 2025 (11:39)