A sensação de não saber
se dou o próximo passo
ou se fico — só mais um pouco,
onde ainda sou metade.
Sempre que hesito,
é porque já sei o gosto do vazio
de dar o passo e não encontrar nada.
E isso, confesso, me cansa.
O corpo vai,
mas o coração fica encostado na parede,
olhando de longe,
com a certeza silenciosa de que já viu esse filme antes.
E eu me saboto, sim.
Mas não por fraqueza.
É por medo de ser fraca de novo
na frente de alguém que não vai ficar pra ver.
Talvez seja isso que me salve.
Ou talvez seja isso que me destrua.
Mas por enquanto,
é isso que me segura de pé.