Pois há, afinal, um lugar sem medida,
onde o fim repousa na asa perdida,
borboleta amarela, triste, incerta,
murmura no fim da amarga sequela.
Não existe, clama, não quer mais viver,
simples sombra, a vida a esquecer,
borboleta medíocre e fugidia,
ó balão que flutua na noite fria.
Múmia selada em véu de ilusão,
da cartola tire o coelho em vão,
livro podre, perfume a desfazer,
marfim que fenece sem poder ser.
A pele apodrece, já não se importa,
que lhe arranquem a alma torta,
resta apenas um eco, um fim,
no silêncio frio que há em mim.