marco fiorilli

O Relógio no Abismo Azul

O Relógio no Abismo Azul
Um tique-taque silente, em queda livre,
No azul profundo, onde a luz mal sorri.
O tempo, antes cativo, agora vive
Liberto das amarras, sem o que medir.

Ponteiros fixos, memória de um passado,
Engrenagens que a areia irá calar.
O mar, em seu abraço frio e salgado,
Devolve o que não pode mais marcar.

Não há pressa nas correntes que o levam,
Nem no balé dos peixes a dançar.
As horas que em seu corpo se teciam,
Agora são segredos do vasto mar.