Tentação que veste a noite em pele nua,
seios são colinas onde a luxúria flutua.
No vale entre eles, o delírio se insinua,
sussurrando promessas à carne que continua.
A boca — um convite, mel rubro em chama,
abre em silêncio o verbo que o desejo proclama.
Lábios que roçam e queimam com calma,
devorando pecados, incendiando a alma.
E quando se deita, é furacão e brisa serena,
um corpo que dança entre o sagrado e a cena.
Pele que é poema, volúpia que não condena,
escrevo em seus contornos o meu gozo — sem pena.