Não sei o porquê, só fui escrevendo.
Eu nada senti, só fui escrevendo.
Eu não estava aqui, só fui escrevendo.
Eu não planejei, só fui escrevendo.
Eu não refleti, nem abstraí, eu só escrevi.
Na dança da caneta, por algum instante, deixei de existir.
Depois que eu vi, que lí e relí,
foi que compreendi:
o que escrevi não era pra mim.
Não sei de onde veio,
quem disse o que eu disse,
só sei que escrevi
esse disse-me-disse.
E se me perguntares
quem é o autor
desse pequeno verso,
só sei lhe dizer:
esse alguém
deve ser
o SER criador
desse imenso universo.