Existir
Não deveria pesar
Não deveria doer
Não deveria me entristecer.
Tudo isso
Poderia ser distante
Mas não seria viver
Não seria eu.
Empilhar minhas memórias
As que ainda não apagaram
E me banhar de luz solar
Em vez de correr
E chegar a lugar nenhum
É o fio de esperança que me resta.
Contemplar as estrelas e suas fusões nucleares
Avistar buracos negros, e me afastar
De suas densas gravidades
Adentrar nebulosas, e presenciar o berço estelar
Me parece uma boa forma de viver
Agora
Só preciso aprender
A viver
E a me desprender
Desta gravidade
Que não me deixa
Voar.