a gente jurava que era só amizade,
sem segundas intenções, sem nenhum porquê,
mas tinha algo estranho no jeito que tu sorria pra mim,
e no jeito que eu fingia não te ver.
fazia sentido: éramos os melhores amigos,
eu te contava meus dramas, tu ria dos meus medos,
mas meu coração batia fora do script
toda vez que ficávamos sozinhos, em silêncio, sem segredos.
teve aquele dia em que tu me abraçou mais forte,
eu quase disse tudo, mas respirei fundo,
sorri torto e soltei um “tá tudo bem” —
mentindo pra ti e pro mundo.
te vi namorar outro, rindo com outros,
e doía um pouco, sabe? mas eu ficava.
porque ser teu porto seguro era melhor
do que não ser nada.
e mesmo com essa bagunça entre nós,
a gente segue como quem nunca se afastou,
meio amigos, meio algo a mais,
como quem ama, mas ainda não ousou.
não sei se é covardia ou cuidado,
se é medo de perder ou amor disfarçado,
mas se tu me pedir um abraço agora,
eu te entrego o coração, calado.
13 jun 2025 (13:29)