A Dança silenciosa
Nos desentendemos,
e agora
nossa sonoridade não é a mesma.
Enquanto você, no banheiro,
pensa o quão desprezível é a minha presença,
eu, no quarto,
imagino como escapar pela janela.
Nossos corpos entram em colapso
no mesmo cômodo.
Mal sabia você:
eu já estava tentando ir embora.
Você, com ódio e incertezas.
Eu, com amor e tristeza.
Mas uma coisa sabíamos —
não estávamos na mesma sintonia.
Quando há indiferença,
sempre começa essa melodia...
e a sonoridade não é a mesma.
Macapá AP
03/05
Laura Mendess