Cantti

Valsa com a morte

Há uma dança sem fim contra o tempo,
e por trás da máscara há uma musa.
É nesta noite de passos frios,
que não se desliga o som da música,
pois tudo que restará é o vazio.

 

A cada acorde, mais forte a mão segura
na cintura que balança em prol do ritmo.
Vozes sussurram, pés se embaralham,
um olhar arde em fogo mortífero.
Tudo que restará é o vazio.

 

O cochicho das notas calou,
a escuridão dominou o salão.
O sorriso da musa sumiu.
Um aperto fechou o coração.
E quando o figurino risonho finalmente caiu
com um tecido pousando e um assovio,

 

tudo que restou desta noite
foi o velho e conhecido vazio.