falo da minha alma como se a soubesse
e ao cego corpo um toque lhe bastasse
e não é por maldade e nem atrevimento
mas por intimidade, pelo encantamento
música que toca quando o som se deita
com timidade pra fugir ao meu espelho
e intrepidez pra espiar os piores sonos
quando tentam me roubar os pesadelos
e sinto que me olha num olhar ‘sagrado’
de dentro pra fora, de fora pra dentro
ou ainda que tivesse em mim outro lado
em dita dimensão futura ou do passado
é pressuposto, em cada ente cessante,
que, se não religioso, à poesia se funde
pó de esperança que sobe e se espalha
quando num zás o tempo nos atravessa
-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 11/06/25 –