Espero que um dia tua solidão te abrace.
Que perceba o quão cruel você é.
Você sabe.
Não é norma fazer o que você faz.
Você sabe.
Sorri como se nada, pousa leve entre os outros,
como se tuas mãos não tivessem cheias de sangue.
E eles te aplaudem,
como se teus passos não esmagassem pessoas,
como se tua fala não as calassem.
Mas um dia — um dia
o espelho não vai mais mentir pra ti.
E o peso do que você varreu pros cantos
vai te encontrar na porta,
Sem pausa, sem cena, sem nada —
só você e toda essa sujeira.
Ninguém segura o disfarce pra sempre.