Sezar Kosta

CARTAS PARA UM AMOR QUE NÃO SE ESCONDE

Você já percebeu que o amor é uma semente?

Que não se planta em terreno falso,

nem se rega com palavras vazias?

E que crescer é gesto de coragem —

um ato de desabrochar no meio da ventania?

 

Há um silêncio dentro da gente —

uma conversa antiga, feita de luz e sombra —

onde descobrimos quem somos de verdade,

sem a máscara que o mundo insiste em pedir emprestada.

 

Não aceite pedaços quebrados de amor,

nem troque teu ser por um disfarce confortável.

O amor que vale é aquele que arde,

que sacode a alma, que não se contenta com menos.

 

Olhe para trás sem medo,

mas não faça do passado uma prisão.

Ele é só um mapa riscado,

um rastro de poeira no caminho que ainda se abre.

 

O mundo está aí —

um convite permanente para a liberdade,

para a descoberta — para o encontro com o novo.

 

Seja o que você é:

um rio que nunca para de correr,

uma estrela que insiste em brilhar mesmo na noite mais escura.

 

Aceite a transformação —

ela é o perfume da vida,

a música que nos chama para dançar,

a promessa de que nunca seremos os mesmos,

e que isso é o que nos salva.

 

Viver é isso:

um jeito de aprender a amar a mudança,

um jeito de ser inteiro, mesmo quando o corpo muda,

um jeito de ouvir a vida dizendo,

a cada instante:

“Venha, venha, venha ser quem você ainda não sabe que pode ser.”