Duque plebeu

A corte dos sonhos

Quem vem lá, que se aproxima na calada da noite?

É pesadelo a galopar nas trevas?!

Ou será curandeiro a defumar com ervas?!

Já sei, já sei: é Oneiros e sua linda corte!

 

São fadas e sátiros que trazem afoite,

Que dão, em seu colo, descanso,

Que me deixam calmo e manso,

E então, aos sonhos, me dão passaporte.

 

E lá, nos bosques, me deixam à deriva,

A enfrentar os meus novos medos,

Onde não tenho defesa ou esquiva.

 

A tamborilar com profundos desejos,

Ao me levar, em cintilantes asas, a voar,

Enquanto dão-me fúnebres cortejos...

 

Até que me vejo solitário,

Novamente em meu quarto,

Pronto — e, finalmente, desperto:

Novamente um simples proletário.