Thiago Carbone

Drenar as Trevas

Meu é o caminho da ruína e degradação

E não conheço nada além do caos e perversão absoluta.

Esqueça a sensibilidade, pois só há violência bruta

Na senda que trilho, composta dos ventos da danação.

 

Nunca vi uma flor que germinasse em radiante luz

Ou uma beleza sincera, a qual existisse sem interesse.

O brilho é um lampejo e a ele, quem recorresse

Se veria frustrado com a escuridão imensa em flux.

 

Chupamos de forma voraz a gentileza, sem escrúpulos

E esprememos a bondade com descarado apetite

Pela destruição, pois somos do mal o conduíte

E é ele que alimenta cada um dos nossos músculos!

 

A fúria vibra como uma vingança sarcástica e cruel.

Enganar pelo próprio benefício é justo, é a natureza...

As políticas do universo servem cadáveres à mesa

De banquetes canibais onde é mister beber sangue como mel.

 

E por mais que se tente escapar da mentira e suas levas,

É assim que nós, filhos do massacre, somos enquanto entidades.

Somos humanos sem resquícios de humanidades

A refletir na causa pessoal e drenar as trevas.