Thaay Camil

VOE

Hoje não é mais uma carta. Pasme! dentro de mim pairam mais sentimentos que amor a terceiros. E esses sentimentos são de uma porcentagem bem maior do que os sentimentos da paixão desenfreados. E olha que me considero casa de amores...
Eu sou o que chamam de alma livre, bonvivant. O único sofrer que me permito, é o de amores mal resolvidos. Fora isso, sempre fui obcecada por viver, e sentir na pele o melhor que podia me auto proporcionar. Gosto de intensidade, física... Emocional já me cansou...
Por falar em cansar, aqui estou eu, com um sentimento que nunca antes havia sentido.
Me sinto uma borboleta. Não alegre e feliz pelo ar, venado suas cores até os jardins, mas dentro de um pote de vidro, batendo asas desesperadamente e apenas sendo observada até que suas forças acabem e o seu colorido se tornem cinzentos. 
Minha alma está presa, o grito na garganta, silenciado. Minha dor, soa nos meus ouvidos como um verso do livro sobre a minha liberdade.
Eu, mesmo presa, não perdi minhas asas, não perdi meu voo.
Infelizmente, as borboletas não tem força o suficiente para destampar o pote sozinha. 

Eu sou poesia, eu sei disso ! Dessas que doem, mas também curam. Que sufocam, mas também transbordam.
Eu nunca dei tanto valor a minha liberdade até perde-la.