MAKSNOMAX

AbominĂ¡vel homem das canetas: primeiro ato

Penso se eu já virei o que eu mais abominava

Em casa, trancado no quarto

Ou na rede da sala

Fechado

Com uma cascata incessante na minha mente

De rimas

Era cedo ainda

Mas já tinha tomado minha própria alma

Mesmo assim, não esperava tanto

Quando eu canto

Faço meu sonho

Com tanto ódio que

Se alguém me parasse

Me lembrasse de como eu era

Me mostrasse uma antiga imagem minha

Certeza que eu não me reconheceria

Ou me mataria

A culpa é a maior arma

E o que mais abominava

Hoje mora dentro da minha casa

É difícil

Não só um prédio bem alto

Isso é um vício

Pensei que com o rap estivesse a salvo

Ponho risco

De meus riscos de caneta e alma

Virarem bichos

Só depois de morto que foram amar o Cristo..