comecei grande, inteiro, sonhante.
aos poucos, fui cabendo num canto.
fui calando vontades, disfarçando pranto,
até esquecer que já fui vibrante.
me dobrei em gestos contidos,
me apaguei pra caber no teu pouco.
e agora sou só ruídos
dentro de um peito oco.
não sobrou espaço nem pra mim mesmo.
sou só sobra, peso, espelho fosco.
e quem me encontrar, que perceba cedo:
fui ficando menor que o esboço.
6 jun 2025 (12:26)