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À beira do limite

Na escuridão, você consegue escutar os seus batimentos?
O calendário virou um medo, o ponteiro o carrasco 
As expectativas, os desejos, as palavras estão devorando tudo 
Está chegando, estou à beira do limite 

Vejo uma águia pairando no céu 
Corvos me observando atentamente 
Estive com uma sangria já faz algum tempo
Quem diria, que pensar no futuro iria me matar aos poucos

Copo quebrando, a água está aumentando, só mais um pouco, só mais um pouco
Você nunca se importou de verdade, nunca viu minhas lágrimas na realidade
Esse tempo todo estive fazendo o possível e quase o impossível 
Não é mais passível, meu coração está se destroçando 

Sua verdade, a minha verdade, qual delas é uma mentira?
Paralisado, enquanto o mundo recai sobre os ombros 
Não falei uma única palavra, não fiz uma única queixa 
Talvez, eu esteja chegando à beira do limite 

Quando será que você poderá ver tudo isso?
Vindo com tudo para a beira do limite...