A árvore com seus galhos cansados
envergados pelo esculpir do tempo
sombreia o passar remansoso da tarde
encobrindo o tédio dos homens sentados
enquanto crianças correm pelo parque
suadas pelo vaporizar fugaz dos instantes
e pelo deslizar escorregadiço da infância
Mais adiante
quando a noite for madrugada
e tudo ali houver se tornado silêncio
um velho cachorro acostumado às pulgas
uiva para a Lua como se ela lhe desse ouvidos