Amarildo gastão

A Lenda Do Rei Que Caminhou Entre Nós

 

Nas terras distantes de sol e luar,
caminhava um homem que veio salvar.
Dos ventos do norte aos vales sem fim,
trazia esperança, guiava assim.

Seu nome era santo, seu toque, poder,
suas palavras faziam o mundo renascer.
Onde havia pranto, fez alegria,
onde reinava a noite, ele trouxe o dia.

Cegos viram o brilho da aurora,
mudos cantaram sem mais demora.
Os paralíticos erguiam-se do chão,
e dançavam livres, de pé pela mão.

Os mares furiosos se acalmavam,
quando sua voz os comandava.
Na tempestade, andou sobre as ondas,
como se fossem caminhos e pontes.

De cinco pães, milhares se alimentaram,
e de poucos peixes, ainda sobraram.
O vinho brotou onde havia apenas água,
e o povo festejou, esquecendo a mágoa.

O leproso, antes temido e só,
sentiu sua pele renascer sem dó.
O coração partido, o espírito aflito,
encontravam em Cristo um amor infinito.

Lázaro dormia, esquecido e frio,
mas ao ouvir sua voz, voltou ao rio.
Das sombras da morte, ergueu-se a andar,
pois diante do Mestre, até a morte há de recuar.

Os injustos temeram seu justo olhar,
pois via o coração sem precisar falar.
Os humildes o esperavam, ansiavam o dia,
em que voltaria com glória e alegria.

E agora, enquanto a terra espera,
como o sol que rompe a primavera,
seu nome ressoa, seu amor persiste,
a promessa é clara: Ele ainda existe!

O Rei que venceu o túmulo e a dor,
voltará em glória, vestido em esplendor.
E todo olho verá, e todo joelho há de dobrar,
pois o Salvador da lenda ainda há de reinar!