Sou um rapaz,
um silêncio entre vozes,
um vulto na pressa do mundo
um eco esquecido entre as coisas.
Caminho entre passos que não são meus,
olhos passam por mim
mas nunca me veem por inteiro.
Talvez eu seja só neblina... ou receio.
Sou o invisível nos dias claros,
o que sorri por hábito e não por sentir,
sou o medo de ser notado,
mas também o medo de nunca existir.
Me confundo entre o que sou e o que finjo,
entre o que quero e o que não ouso tocar,
Um alguém vagando entre \"tanto faz\"
e um grito que ninguém quer escutar.
Mas mesmo assim, continuo.
mesmo frágil, mesmo em pedaços
há algo em mim que resiste
um fio de luz que insiste nos traços.