Nelson de Medeiros

AMOR DE INVERNO

AMOR DE INVERNO
 
Foi numa tarde cinzenta, triste e fria,
que a mim chegaste graciosa, um dia,
e meu nome rabiscaste pelo chão...
E tão triste como a tarde me falavas
que assim fazendo ali depositavas
o tesouro de um triste coração...

Mas a chuva veio aos poucos desaguando
e o meu nome devagar foi apagando
sem que visses o meu pranto de emoção...
E seguimos rumo norte na jornada,
separados... Cada qual em sua cavalgada
de amargura, de tristeza e solidão...

Na despedida me disseste entristecida
que te sentias uma intrusa em minha vida
e que minh!alma era fria como a tarde!
Emocionado, simplesmente eu te olhava
e impotente para dizer que eu te amava
deixei que fosses... Fui covarde!

Hoje a tarde é fria como aquela
e a saudade no meu peito é como a tela
que a dor tingiu com poeiras de granito!
E desde aquele dia em minha vida
ficou-me impresso dentro d!alma dolorida
teu doce nome para sempre  escrito!

Junho/2006