Metamorfose

Exausta, mas capaz

O cansaço bate à porta sem pedir licença.

E eu — estranha em mim mesma —

mal me reconheço entre textos sublinhados e ideias embaralhadas.

Afundo em incertezas,

não só sobre o que vai cair na prova,

mas sobre o que anda caindo sobre mim.

 

O mundo lá fora gira, barulhento, urgente.

Aqui dentro, um silêncio pesado, quase sólido,

me chama pra dentro —

pra um lugar onde a mente se perde em teorias, autores, discursos,

mas o coração só pede descanso.

 

Às vezes, dá vontade de largar tudo,

virar planta, nuvem, travesseiro.

Mas eu sigo.

Porque entre um suspiro e outro,

sei que é só mais uma semana.

E eu — mesmo exausta — sigo sendo capaz.