Às vezes
acordo e o mundo não encaixa.
Tem um peso no peito
que não é de nada —
mas pesa.
O café esfria
antes de eu lembrar que existe,
e o tempo escorre
como se eu fosse só espectador
da minha própria vida.
Tem dias que sorrir é esforço,
e responder “tá tudo bem”
é um ato de autopreservação —
ou covardia, talvez.
Não é drama.
Não é falta de gratidão.
É só… tristeza.
Aquela sem explicação,
sem cena bonita,
sem trilha sonora.
Aquela que te visita
quieta,
sem pedir licença,
e senta ao teu lado
como quem já sabe
que vai ficar um tempo.