Lyan Deyvisson Marques

Ecos da AusĂȘncia

 

Os dias parecem não ter fim.

Sinto-me perdido,

assombrado por devaneios,

chicoteado por lamúrias,

morto um pouco mais a cada lembrança.

 

Não sei para onde ir.

Depois da tua partida,

teu rosto, tua risada, tua voz…

ainda ecoam na minha mente,

fazendo-me enlouquecer.

 

Naquela noite,

não saí do teu lado:

te olhei no caixão,

chamei-te em silêncio,

querendo que acordasses,

como sempre fazias antes de eu ir para a escola.

 

Hoje, não peço mais a bênção,

não digo mais “tchau”,

pois te foste,

e não voltarás.

 

Chorei sobre teu peito gelado,

o aroma das rosas cortando minha alma,

em tuas mãos, o terço e a rosa

que eu mesmo depositei —

um pedaço de mim que também partiu.

 

Desde então,

não sei mais o que é amar.

Cada lágrima que escorre

é um pedido de socorro.

 

Fundei hospitais, clínicas, universidades

com teu nome,

tentando, em vão, enganar o tempo,

para não esquecer…

Mas só penso em ti.

 

Sempre em ti.