Os dias parecem não ter fim.
Sinto-me perdido,
assombrado por devaneios,
chicoteado por lamúrias,
morto um pouco mais a cada lembrança.
Não sei para onde ir.
Depois da tua partida,
teu rosto, tua risada, tua voz…
ainda ecoam na minha mente,
fazendo-me enlouquecer.
Naquela noite,
não saí do teu lado:
te olhei no caixão,
chamei-te em silêncio,
querendo que acordasses,
como sempre fazias antes de eu ir para a escola.
Hoje, não peço mais a bênção,
não digo mais “tchau”,
pois te foste,
e não voltarás.
Chorei sobre teu peito gelado,
o aroma das rosas cortando minha alma,
em tuas mãos, o terço e a rosa
que eu mesmo depositei —
um pedaço de mim que também partiu.
Desde então,
não sei mais o que é amar.
Cada lágrima que escorre
é um pedido de socorro.
Fundei hospitais, clínicas, universidades
com teu nome,
tentando, em vão, enganar o tempo,
para não esquecer…
Mas só penso em ti.
Sempre em ti.