Hoje, ao olhar para tudo que fomos, enxergo cada camada do sentir:
O apego que apertava,
a paixão que incendiava,
e o amor…
Ah, o amor que se revelou no silêncio depois da tempestade.
Não sou mais aquela
que confundia intensidade com presença, nem dor com profundidade.
Hoje, amo com calma e por isso, amo mais.
Porque o amor verdadeiro
não se mede pelo quanto nos falta, mas pelo quanto nos transborda.
Ele não cobra, ele compartilha.
Não prende, ele estende a mão.
Amar é ter coragem de ser livre ao lado de alguém, e mais ainda:
É desejar que o outro voe, mesmo quando o céu parecer distante de nós.
É encontrar beleza na felicidade alheia, mesmo quando ela não passa por nós.
É não temer a ausência, porque existe presença que não precisa de corpo, somente de alma.
O amor, quando é amor, não machuca.
Ele cura, ele alinha, ele expande.
E se um dia te amei com dor,
hoje te amo com sabedoria.
Porque aprendi que amar de verdade é sentir alegria sem possuir.
É torcer sem controlar.
É permanecer…
Mesmo quando a vida leva para lados opostos.
No fim, o amor não é um lugar onde se chega.
É o jeito como se caminha.
E eu, enfim, aprendi a caminhar leve, amando.