Marçal de Oliveira Huoya

Açoite

No sono
No silêncio
De noite, de dia
Quando paro e penso
Versos murmuram
O tempo todo
Em meus ouvidos
Vozes da nostalgia
Mortos profanados
Amores vividos
Completamente
Ou mal resolvidos
Tudo o que pretende
Ser lembrado
Ou o que não quer
Ser esquecido
Sons do passado
Gritam, chovem
Enfurecidos
Gotas furiosas
Tamborilam nos vidros
Não esqueça
Não esqueça
Dançam na sua cabeça
Coalescem
Se dissolvem na vidraça
Lágrimas se abraçam
Descem, efervescem
Escreva, crie, verse
Faça...