Depois da dor que a vida ensina,
guardei meu peito sob chave fina.
Mas o tempo, com mãos pacientes,
soprou em mim vontades latentes.
Hoje, já não temo tanto o sentir,
nem fujo do risco de me iludir.
Descobri que o amor, mesmo incerto,
pode florescer no mais árido deserto.
Te olhar é como um raio de sol
que aquece sem queimar o lençol
de memórias que um dia doeram,
mas que, contigo, já não me ferem.
Estou me permitindo, enfim, tentar,
abrir meu peito, voltar a amar.
Não mais com pressa, mas com verdade,
com olhos atentos à sinceridade.
Sei que cada passo pode ser o primeiro
de um caminho novo, puro, inteiro.
E se você quiser, sem cobrança ou razão,
te convido a andar de mãos com meu coração.