Luiza Castro
Por saúde mental
A solidão já me consumiu tanto,
que a minha bateria ficou viciada.
Ensaiei uns “bom dia” no espelho —
eu sei, não tem jeito, estou cansada.
Há dias que eu acordo sem cor,
sem rosto e sem nome.
No meu peito bate um vazio,
grita forte: estou afundando.
O cansaço, ele grita.
A exaustão dorme em mim.
Ela cresce, existe, enraíza...
Estou cansada. Quero dormir.
E eu fico entre o nada e o quase,
esperando a luz no fim do túnel.
Mas eu sei que a única coisa que nasce
é o meu mais que amigo, o infortúnio.