O inverno chegou, e congelei minh\'alma,
Somente o poema, refúgio, permaneceu.
Inverno que abrasa, inverno que gela,
Um paradoxo, a dor revela.
O frio, sim, dói; o calor também tem seu traço,
Mas o gélido é o pior, sem espaço.
Fere mais profundo, sem dó, que a quentura,
O frio mata; o calor, a alma cura.
Contudo, este inverno quente, ele também me mata,
Mata-me de uma saudade que se desata.
Ah, que saudades... Volta, por favor,
Meu querido amor.
Inverno quente.