okhato

Inverno quente

O inverno chegou, e congelei minh\'alma,

Somente o poema, refúgio, permaneceu.

Inverno que abrasa, inverno que gela,

Um paradoxo, a dor revela.

 

O frio, sim, dói; o calor também tem seu traço,

Mas o gélido é o pior, sem espaço.

Fere mais profundo, sem dó, que a quentura,

O frio mata; o calor, a alma cura.

 

Contudo, este inverno quente, ele também me mata,

Mata-me de uma saudade que se desata.

Ah, que saudades... Volta, por favor,

Meu querido amor.

 

Inverno quente.