H. Kizau

Vida Vivida

O tilintar dos sinos prendiam a atenção da mulher.

Perdida em pensamentos que a levavam ao passado próximo.

As decisões tomadas que não poderiam ser desfeitas, agora encharcavam seus olhos.

 

A balada de sua vida, a valsa com seus pares,

Um sonho talvez, apreciar os sinos que soavam em melodia melancólica.

Queria esquecer, deixar ir como a chuva caída em riacho.

 

Queria e não podia, os espinhos cravados em suas costas já estavam profundos.

O sofrimento que a ninava trazia flores em sua boca.

A bela música ressoava em uma sala vazia, imóvel o tempo estava.

 

Seu livro favorito era o sonho da princesa, salva daquela torre.

O livro na cabeceira da cama, desgastado pela leitura, tinha o título de “Prazer e Desespero”.

Os lençóis com tantos cheiros, a boca com tantos sabores e o dedo sem adereço.

 

O presente embaixo da árvore estava mal embrulhado, mas pelo menos existia.

Uma caixa com um pingente pequeno e simples, era agora tão querido.

A melodia sorria dessa vez, dando uma mão mais que amiga