O tilintar dos sinos prendiam a atenção da mulher.
Perdida em pensamentos que a levavam ao passado próximo.
As decisões tomadas que não poderiam ser desfeitas, agora encharcavam seus olhos.
A balada de sua vida, a valsa com seus pares,
Um sonho talvez, apreciar os sinos que soavam em melodia melancólica.
Queria esquecer, deixar ir como a chuva caída em riacho.
Queria e não podia, os espinhos cravados em suas costas já estavam profundos.
O sofrimento que a ninava trazia flores em sua boca.
A bela música ressoava em uma sala vazia, imóvel o tempo estava.
Seu livro favorito era o sonho da princesa, salva daquela torre.
O livro na cabeceira da cama, desgastado pela leitura, tinha o título de “Prazer e Desespero”.
Os lençóis com tantos cheiros, a boca com tantos sabores e o dedo sem adereço.
O presente embaixo da árvore estava mal embrulhado, mas pelo menos existia.
Uma caixa com um pingente pequeno e simples, era agora tão querido.
A melodia sorria dessa vez, dando uma mão mais que amiga