Kamio

Menina

Menina, venho-te dizer: eu te amo.

Não faço ideia de como falar contigo.

Olho nos teus olhos castanhos — e me sinto estranho.

Teu nome ecoa na minha mente como sussurros ardentes.

 

Felicidades cheias de empolgação,

e inverdades, cheias de decepção.

Somos como mar e maré:

um chama, o outro clama.

 

Sou intenso como brasas no ar,

mas frágil como folha ao soprar.

Uso lógica irracional

pra entender teus problemas racionais.

 

E é de visceral necessidade 

que sejam ditas verdades incômodas e selvagens.

Digo a ti: eu te amo.

E tu me falaste... além disso.

 

Sou inegável na verdade cerne

de que sou todo errado.

Mas digo a você:

mesmo errado, sou de fato sóbrio.

 

Meu maior erro foi amar o mar —

logo o mar, cheio de ondas confusas,

não rítmicas.

Saí do meu lar pra nadar...

e me afoguei de coração e boca.

 

E com a consciência incontestável,

sei que me atraio pelas rosas pelos seus espinhos.

Escalo neles sem me importar

com feridas abertas ou sangue nas vértebras,

pois chegar às tuas pétalas

é desejo irresistível.