Melancolia...

A Tempestade Parte 9 - Dias de Céu Nublado.

Nem todos os dias são de sol. E agora, tudo bem.

 

Aprendi que há beleza também nos dias nublados — na luz difusa, nas sombras suaves que eles desenham na pele. Não preciso mais que o céu esteja limpo o tempo todo.

Aceitei que o cinza também tem poesia.

 

Com ela, os dias são simples. Café passado devagar. Conversas que não precisam preencher todos os espaços. Risos que surgem entre silêncios, sem esforço. Descobri que há amor nos gestos pequenos, e que o cuidado se revela mais na constância do que na intensidade.

 

Vivemos assim: com tempo. Tempo de sobra para não ter pressa, tempo de menos para se perder no que não importa. As feridas que antes gritavam, agora são cicatrizes silenciosas. Elas não comandam mais os passos — apenas lembram que já fui outra, e que sobrevivi.

 

Não idealizamos. Somos dois caminhos que escolheram caminhar juntos, sabendo que, às vezes, haverá curvas, tropeços, dias nublados. Mas também sabemos que, mesmo quando o sol some, a presença um do outro continua firme. Isso basta. (creio que não vai bastar).

 

E talvez essa seja a verdadeira calmaria: não a ausência de tempestade, mas a certeza de que, se vier, não estarei sozinho. (ou estarei na solidão).

22 maio 2025 (11:14)