inexistir

Querido deus.

Querido deus, ouça os mistérios do meu próprio eu.

Ouça o chamado que o sangue te deu.

Que a própria vida te levou.

Verdades que o vento levou aos seus ouvidos.

 

Imagino o porque.

Tamanho espanto que se deu.

Até seus belos átrios.

Veemente silêncio desse próprio inferno ou amor.  

 

Passei a ver a luz de dias a fio.

Como se nada fosse tão diferente.

Como se suas mãos não sentissem o frio.

Como se você fosse tão indiferente.

Como se as dores banhassem o rio, desse mar de gente.

Como se nada fosse acabar, com o vazio.

 

Querido deus.

Ouça o mortal que zela por paz.

Lágrimas vindas desse manancial.

Rezando por carne, por rotas e funerais.

 

Tentei ser

O impossível nesse mundo real.

O invisível aos olhos de quem vê, um outro final.

 

Mas o acaso me transforma.

Em curiosidade.

O tempo me transforma.

Em uma uma piedade.

Eu queria um sonho.

Ou talvez uma miragem.

Talvez uma paraíso, ao inferno nessas paisagens.

Se tu é o messias.

Me revele seus finais.

Se tu é o messias.

Me ensine a mar.

Se tu és o messias.

Me salve!

Me salve!

Se tu és o tempo.

Me mate!

Me mate!