Hébron

Nas dimensões do tempo

 

Enquanto isso, nessa hora que não vivi
Além do passado em que morri
Na luz do futuro nasço
Já no crepúsculo, no ocaso
Do recomeço de um fim
Distante o presente de mim...

Onde estava quando mais lhe quis?
Nas dimensões do tempo em que de mim se esconde?

Enigma é o manto que lhe cobre a nudez
Entorpece-me a compreensão
Pavimenta a estrada da minha imaginação
Que decifra seus contornos com ou sem malícia
Alisando-lhe em carícia
Alcançando em toque essa abstração fugaz
Nesse tempo fantasia que me apraz...
Loucura talvez

Encontro-lhe onde?
Nas dimensões do tempo em que de mim se esconde?
Onde estava quando mais lhe quis?

Minha alvorada longe das tantas idas
Além do deserto da noite madrugada
Alcançarei em quantas vidas?
Em quantas mortes?

É minha criação na eternidade do céu em cada amanhecer...
É o raio do sol de todos os amanhãs
É o embalo sempre que me vê nascer
É o beijo de saudade do mesmo entardecer

Enquanto isso, nessa hora que não vivi
Além do passado em que morri
Na luz do futuro nasço
Já no crepúsculo, no ocaso
Do recomeço de um fim
Distante o presente de mim...