Conhecendo a própria dor, se vê escorregando pela garganta da ansiedade —
não grita, não corre,
só tenta em vão escapar por caminhos frágeis,
frívolos, quase risíveis.
segue conselhos que vêm de fora,
de quem nunca viu o que há por dentro,
como se bastasse respirar fundo
ou tomar sol pra costurar o que se rompeu.
mas há dias em que tentar é falhar devagar,
e mesmo quando se tenta,
o mundo não pausa,
não observa, não reconhece.
eu escuto um chamado.
baixo, fundo, quase doce.. .
mas ainda não vou.
talvez por medo,
talvez por ainda querer um pouco mais.
ou por não saber se, indo,
enfim, tudo silencia.