Isis P. Toldi

Arranque-o de mim

Arranca meu coração,
que não pulse mais em vão.
Leva de mim os pulmões,
o ar já me fere em silêncio.
Apaga meus olhos,
há dores que não quero mais ver.
Despedaça a língua cansada,
juro não dizer mais nada.
Desfaz meu pensamento,
apaga o último lampejo.
Pois enquanto houver vida,
enquanto restar um eco de razão,
o sentir me devora.
E sentir já não me serve como salvação.