O que me incomoda
são esses teus olhos castanhos, culpados e feridos.
O que me incomoda
é essa tua ingenuidade de achar que tudo seria resolvido.
O que me incomoda
são meus pensamento e esse teu sorriso.
Ah— esse sorriso.
Sorriso que transborda alegria, pra esconder tua tristeza.
Essa tua boca tão macia, que já não é a mesma.
Esse teu jeito de lidar, como se não fosse culpa sua
e esse meu jeito de achar —
que talvez ainda pudesse ser sua.
Até hoje, eu sinto a dor das tuas palavras.
Já não consigo dizer mais nada.
Me perdi no abismo dos teus braços
e me prendi nos teus traços.
Eu achei que o amor tivesse que ser cura.
Achei que fosse tua.
Achei que fosse verdadeiro.
Achei que fosse amor — amor certeiro!
Mas você me quebrou primeiro.
Me quebrou em pedaços —
até hoje eu tento colar,
como se tudo fosse se resolver
e voltar.
Voltar pro que era antes,
quando não éramos tão distantes.
Distantes do amor,
distantes da calma,
distantes de tudo — que corroía nossas almas.