Ah, como confio em risos soltos
Que na noite anterior foram regados
A ponto de ver-se no canto do olho
Um brilho, fazendo o riso iluminado
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Ah, como aprecio a leveza de viver
De quem pega duro no pesado
Que não espera recompesa
Porque já entendeu que é amado
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Ah, como é bonito de se vê
Que na pobreza há um legado
De uma vida simples à riqueza
Por o essêncial ser cultivado
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Há poesia mais bela,
Que a presença de pequenos atos ?
Não há um desejo que ela exista
Concreta, não seria num abraço?
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Essa poesia vaguei na vida
Antes de no papel ser repousada
Que a letra só seja a sombra
De uma vida realizada.