Isis P. Told

Futuro

O agora e o nunca,
tão distantes e, ainda assim, tão próximos,
rodopiam num vórtice sem fim.
E depois?
O que vem depois?
O que faço quando o tempo me escapa pelos dedos?

Futuro...
Um eco que me chamava alto demais,
e eu, cega por ele,
esqueci o sabor do instante.

Hoje, já não sei pra onde olhar.
Devo pensar no que seria?
Ou no que ainda pode acontecer?

Não sei,
talvez ninguém saiba.
Resta-nos apenas viver o agora,
mesmo quando os olhos insistem
em se perder no depois.