Eram três da manhã,
Quando me ergui entre a escuridão.
Pavor corria o meu corpo
Quando o vi oferecer-me a mão.
Ser adelgaçado,
Cuja cara a escuridão cobria;
Parecia conhecer-me o âmago,
Mas eu dele nada sabia.
Ser aberrante,
Que com prazer ria e ecoava,
Naquela noite sombria
Em que meu coração pasmava.
A besta minha mão tomou!
\"Olha para mim! Sabes quem sou e quem serei!\"
Gritava o ser para mim,
Mas eu não conhecia ninguém.
Gritei, tentando espantar o monstrengo:
\"Desaparece! A ti não temo nem temerei!\"
Palavras fúteis, sabia eu,
Pois naquele momento coragem não tive nem terei.
O ser me abraçou bruscamente;
Como era frio aquele corpo engilhado.
Finalmente sua cara consegui ver,
E era o meu semblante que no seu rosto estava estampado.