Era para ser um dia perfeito. O sol brilhava alto no céu, e eu, com um sorriso leve e uma canção quase infantil nos lábios, caminhava ao seu encontro.
Havia algo de mágico no ar — aquela expectativa boa de que algo memorável estava prestes a acontecer.
Mas tudo mudou no instante em que olhei nos seus olhos. O calor que me envolvia se desfez, como se um vento gelado atravessasse minha pele.
As nuvens se juntaram acima de nós, escuras, densas, como se o próprio céu desconfiasse daquela presença.
Trovões começaram a romper o silêncio, como vozes ancestrais querendo me alertar: \"Cuidado com essa que irá te humilhar.\"
E então vieram os relâmpagos, riscando o céu e refletindo uma luz estranha no teu olhar.
Pela primeira vez, vi o que se escondia por trás do teu sorriso — não era amor, nem carinho, mas algo muito mais frio. Dor. Mágoa. Ódio. Vingança.
Foi nesse instante que o medo me abraçou.
Suas palavras, antes esperadas como acolhimento, vieram afiadas como lâminas. Cada frase cortava fundo, atingindo lugares do meu coração que eu pensava estarem protegidos. Não houve grito. Só silêncio — o tipo de silêncio que vem quando a alma sangra.
A tempestade não estava apenas lá fora. Ela estava dentro de mim.
13 maio 2025 (12:18)