Nos dias quentes, me deito no tempo como quem se despe de pressa.
A solidão não pesa, ela queima suave, como o sol nas costas nuas.
Há um gosto de liberdade no suor que escorre, um sussurro morno no vento que passa entre as folhas.
E eu penso nela.
Não como quem sente falta,
mas como quem sente demais.
Aquela menina proibida vive em mim
nos silêncios que escolho, nos lençóis que não arrumo,
nos goles lentos de alguma bebida gelada
que escorre pela garganta como a lembrança da sua boca.
A solitude não é ausência,
é palco de tudo que nunca pude dizer em voz alta.
E ali, sozinho,
com o mundo lá fora derretendo,
eu a amo sem nome, sem culpa,
sem testemunhas.
Porque amar em segredo,
nos dias quentes,
é também um ato de liberdade.
Por: Freddie Seixas