Um aroma antigo repousa na pele —
brisa salgada,
terra fresca depois da chuva,
que me segura
feito raiz firme no chão.
Que nosso amor renasça — sempre novo.
Teu riso atravessa o ar —
leve como folha ao vento.
Luz que acende estrelas
quietas nos meus olhos.
Infância viva,
um amor que desabrocha
e devora o mundo
no abraço das mãos entrelaçadas.
Lembro o banco esquecido —
guardião mudo dos nossos segredos,
pedras polidas pelo tempo,
o murmúrio do rio
escorrendo entre os dedos,
flores selvagens
ruborizando diante do desejo.
Tudo era início,
promessa escrita no céu aberto,
o toque que rasgou o silêncio entre nós.
Que nosso amor renasça — sempre novo.
Hoje, meu corpo pede
a água clara do espanto,
o abraço que aquece e desmonta,
como se o mundo renascesse
no calor dos teus braços.
E o amor —
sempre essa primavera de luz,
essa flor que desperta na sombra da noite.
Quero beber das origens outra vez,
sentir a semente da ternura
germinar em luz,
e o tempo ser
um horizonte aberto, infinito.
Por isso, te chamo:
Venha comigo
ao lugar onde nasceu nosso amor.
Pisemos juntos o chão das memórias,
deixemos que cada passo
reacenda a chama antiga,
o fogo que nunca se apagou.
Ali, entre promessas guardadas
e a esperança nua do presente,
renovemos o pacto das estrelas —
Que nosso amor renasça — sempre novo,
na magia calma e ardente
do recomeço.