A engenharia senta confiante
Nas poltronas alcoxoadas dos escritórios
Impassível, observa a tela do prego eletrônico
Está certa que irá vencer a disputa
São contratos de aluguel
Que enriquecem uma pequena parte
A população que sustenta toda a máquina
Quase todos
Desconhecem os caminhos obscuros do negócio
O menor preço sempre usa maquiagem
Que depois mostra a verdadeira cara
O aluguel está nas plaquinhas de metal
Afixadas no hardware,
Nas máquinas que transitam pelas ruas
Onde se pode ler: alocado
E nas mangas das blusas dos trabalhadores
Dos serviços públicos
Está escrito engenharia fulana de tal
O dinheiro dos cupons dos cereais
Que alimenta até o mendigo
Da roupa barata
Que as mais das vezes veste o pobre,
Do cimento, do ferro, da pedra, da areia
Que constroem as casas à flor da pele
Que nem os donos que moram nelas,
Sustenta a engrenagem, o negócio
Os lucros sem o esforço do trabalho.