Danyel Wolf

Doce Pelado

Mais um dia, mais uma manhã, na feira fora de casa
Só comprei mais daquela doceira, Melinda me quebra
Pela vitrine viajo, o olhar amargo, gera-me pressa  
Vestido é mais caro, quanto menos me importo, seu melado
No fim desembrulho, e mais uma vez provo seu doce pelado.
                    
Voltei à casa com banho tomado, em seu açúcar
Escovo meus dentes, o gosto não muda, encrustado
Está áspero, cristalino, me corrói ao lembrar
Quando na manhã do amanhã, partirei esse vestido
Até cavar, e cravar nessa pelada carne de veludo.