Nublado são meus dias
Relembro a estrada vazia e negra em que vaguei.
O temporal alegrou minha existência.
Perambulei no presente, sentindo-me do passado.
Escolho viver do passado.
Sinto os calabouços e suas paredes,
As feridas abertas pelo desespero da solidão.
Vejo moribundos expostos à luz do dia,
Compadeço-me em sentir a febre dos enfermos.
Dormi durante a peste que assolou a noite...
Ah, quisera viver eternamente no passado...
Presente e futuro doados aos esperançosos.
Dê-me o poder da escolha
Fugirei ainda hoje do hoje...