A MENINA DO RANCHO
Recluso avisto ao longe a cordilheira,
E as serras azuladas no horizonte...
A paisagem é deveras deslumbrante...
Então divago de minha trincheira...
Há quanto tempo a cena é companheira
Do trovador - eterno figurante
Da vida - e que pranteia neste instante,
Ao recordar-se da moça rancheira?
Onde andará a menina singular,
Cujo perfume inda bafeja no ar,
Que pelo vate fora tão amada?
Por certo na lembrança e coração
Do bardo que agasalha em sua solidão,
Toda a saudada da serra azulada...
Nelson de Medeiros