— Qual seu tipo?
Me perguntam.
E eu sorrio pequeno,
como quem não sabe…
ou não quer dizer.
Tem uns detalhes, sim.
Uns gestos, uns silêncios que me chamam.
Mas já vi tudo isso em alguém
e não senti nada.
Porque meu tipo
não se veste de carne.
Não mora em aparência.
É um susto calmo no peito,
um olhar que atravessa
sem pedir licença.
Meu tipo é o instante
em que tudo em mim se levanta e diz:
\"É ela.\"
\"É agora.\"
\"Encontrei.\"
Mas, num canto fundo de mim,
também ecoa —
baixo, mas firme:
\"Isso é impossível.\"